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Publicações
Júlia e Gabriel visitam Itajaí(2008) (ilustrações Deólla e texto Marlene Rothbarth) - 46 páginas.
“ Júlia e Gabriel empreendem uma viagem mágica ao centro histórico de Itajaí e, num retorno ao passado, visitam os lugares e edificações mais ligados à história da gente itajaiense.
Como livro para-didático, terá muito bom uso nos estabelecimentos de ensino como material de leitura e trabalhos para alunos e professores. Vale também destacar as primorosas ilustrações da artista plástica Lindinalva Deólla, as quais enriquecem, sobremaneira, esta publicação.”

Edison d’Ávila, professor e historiador
Festa de Bairro (2006), Ilustrações e textos Deólla - 30 páginas.   
Sapatos brilhantes, roupa engomada, muita expectativa e animação: hoje é dia de festa, Festa de Bairro (10 imagens e 10 textos).
Os mais antigos bairros de Itajaí possuem, cada qual, celebrações festivas de religiosidade popular, com características diferentes, mas com um único sentido de homenagear o santo padroeiro do bairro. Como resultado de pesquisa entre moradores do Centro, da Vila Operária, Cordeiros, Laranjeiras, Salseiros, Itaipava, Volta de Cima, e São João, surgiram aquarelas com imagens sobre estas festas e informações históricas.

É a tradição que se transmite de geração a geração, profundamente enraizada no cotidiano das comunidades de nossos bairros. São pessoas anônimas que se doam em favor da manutenção desse processo folclórico e cultural, revelando grande demonstração de fé. Nosso objetivo é registrar o valor destas festas populares.

Lindinalva Deólla

Sutileza Estética (2006)

Lindinalva Deólla é uma excelente artista plástica, que se dedica também à delicada técnica da aquarela e o faz com extrema habilidade, pois esta atividade artística, não admite o processo da seriação.
Com uma trajetória madura, consciente e um currículo invejável, Deólla mostra, nestes dez painéis, um belo panorama dos eventos mais significativos, pertinentes ao folclore, costumes e festas da cultura popular de Itajaí.
Seu trabalho é o resultado de uma longa pesquisa nos lugares, onde o tempo registrou os valores simbólicos mais fortes da terra, no decorrer da história. Através de uma meticulosa elaboração formal, Deólla harmoniza sensibilidade e técnica, na constante busca do equilíbrio.
É aqui onde mostra sua força, pela expressão mais adequada à sua linguagem e que reflete o amplo domínio que a artista tem do universo da aquarela. Entre o conjunto dos painéis, todos resolvidos com a mesma sutileza estética, destaca-se na preferência do crítico, aquele intitulado “Festa de Bairro”. Ali, o olhar se distribui em oito grupos de figuras humanas, tendo um eixo central: a visão da Igreja Matriz da cidade.
E, à medida que a relação espacial define a sequência das unidades figurativas, revela-se a paciente visão da artista pela vivacidade da composição, plena de movimentos e lírica leveza que se expandem na pureza da festa.

Osmar Pisani - Florianópolis
Membro do Comitê Científico Internacional da Bienal de Arte Contemporânea de Florença.

(Falecido em março 2007)



Bairro São João
Jacaré. Assim era chamado o Bairro São João, por existirem muitos jacarés nas margens do Itajaí Mirim e invadirem as terras ribeirinhas do bairro.
Em 24 de Junho a comunidade festeja o seu padroeiro, São João Batista. Por iniciativa do padeiro Nilton dos Santos e a colaboração e dedicação de abnegados moradores do bairro, em 1958 foi rezada a 1ª missa pelo vigário da Igreja do Ssmo. Sacramento, o Pe. Vendelino Hobold, no salão de baile de propriedade do Sr. Genelício de Souza.

Uma capela de madeira foi edificada num terreno doado pela família Shroeder. Em 1963 foi construída a primeira fogueira que tinha 23 metros de altura e que se tornaria ponto de referência e destaque da mais antiga e tradicional festa do Bairro São João. As festas juninas organizadas pela comunidade, com o apoio do comércio e empresas, deram o suporte para que a igreja de São João Batista, reerguida no mesmo local e em alvenaria, fosse inaugurada em 25 de fevereiro de 1968 pelo pároco Monsenhor Agostinho Stahelin.
Trazidas para o Brasil pelos portugueses, essas festas eram denominadas joaninas por causa de São João.
Frei Vicente do Salvador conta em seus livros que, já em 1603, os índios participavam dessas festas por causa das fogueiras.
Mas a história da fogueira é mais antiga que o cristianismo.Começou em Jerusalém.
Zacarias e Isabel, pais de São João, combinaram que, para avisar os parentes do nascimento de seu filho, acenderiam uma fogueira no alto da colina.
Era 24 de Junho. E assim tudo começou. Com a crença de que o fogo afugenta os maus espíritos propiciando boas colheitas à agricultura, até hoje homens se fantasiam de caipiras e as mulheres de sinhazinhas da roça.
Fazem parte da festa junina do Bairro São João, além da fogueira, bandeirinhas coloridas, fogos de artifício, maçãs do amor, rapaduras, melado de cana, bebidas quentes , comidas na brasa, danças caipiras e muita animação.
Momento emocionante da festa é o acendimento da fogueira.
Pular a fogueira quando ela está no final é uma tradição do bairro São João.




Bairro de Itaipava
Dia de Reis, 06 de Janeiro. A mais antiga tradição popular religiosa da região.Trazida pelos jesuítas para o Brasil no século XVIII e para Santa Catarina pelos imigrantes açorianos, o Terno de Reis é formado por um grupo de cantadores e instrumentistas que, durante a madrugada, acordam os moradores entoando versos de improviso para o dono da casa. No período do Advento até dia de Reis lembram o nascimento do Menino Jesus e a visita dos 3 Reis Magos através de cantigas com preciosos versos, exemplo:« Esta noite ninguém dorme, noite de tanta alegria, meia noite já nasceu, o menino prometido, filho da Virgem Maria».

Já em 1810, antes mesmo da fundação de Itajaí, um grupo de cantadores de Terno de Reis, moradores do bairro de Itaipava , liderados por Ricardo Pereira, família pioneira de lavradores, visitava as casas dos poucos vizinhos com seus instrumentos musicais, viola, reco-reco, rabeca, batuque e gaita de fole e em troca eram recebidos com comidas e bebidas, comemorando a festa dos Santos Reis. A tradição continua.O maior Festival de Terno de Reis do Estado de Santa Catarina acontece no Bairro de Itaipava, na Igreja de São Pedro.

Criado pelo Padre Ivo Petry em 1989, este evento começou com a participação de 3 grupos locais:o Grupo Dagnoni, Sonho Natalino e Unidos da Paciência. Hoje reúne 5.000 pessoas, 20 grupos com mais de 100 cantadores locais e de outros municípios catarinenses, sempre realizado em dezembro. Com a colaboração da comunidade é distribuído, como prêmio, um instrumento musical para cada grupo que se apresenta.
O Festival de Terno de Reis Pe. Ivo Petry já possue gravação em CD de suas cantorias. É uma manifestação festiva, riqueza da identidade e imagem portuguesa, expressão da cultura de um povo.
Famílias de Itajaí volume I (2001) em parceria com Marlene Rothbarth - 240 páginas.
Famílias de Itajaí volume II (2005) em parceria com Marlene Rothbarth - 350 páginas.
Itajaí Imagens e Memória(1995) - 62 Textos e 62 Ilustrações.   
Contos
A lenda de Guacy-Ará

- Vó, conta uma história ? A avó, sempre impaciente e atarefada, resolveu deixar seus “muito o que fazer” para depois e sentou-se. Júlia então se aninhou no seu colo. - Vó, eu quero uma história que seja de verdade e não daquelas inventadas. - Está certo, então lá vai. Júlia, nos seus sete inocentes anos, olhos azuis cintilando de curiosidade, escutava. - Aqui em Itajaí, viveu um senhor português muito rico, comerciante, político e que gostava muito de ajudar todas as pessoas. Então ele às vezes era também professor, policial, sacristão, conselheiro, orientador e até médico das ervas e dos chás. Tinha um livro antigo ilustrado com lindas aquarelas das plantas que curavam. Com a ajuda da Dona Sinhá, que morava perto da praia, pesquisava as plantas desta nossa mata tão verde e linda. Chegou aqui com sua esposa também portuguesa em 1823. Desde 1813 estavam casados mas, não tinham filhos. Criaram então uma sobrinha de nome Claudia que casou com o filho de seu amigo e sócio nos negócios, Anacleto Pereira Junior. Muito inteligente e astuto, foi eleito Deputado Provincial do lugar, a Vila de Itajaí. Sabes, pelo muito que ele fez por nossa cidade ele recebeu em 1845 das mãos do Imperador D. Pedro II a comenda de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Todos os sábados ele pegava seu cavalo alazão e saía à procura de novas ervas para curar as criancinhas que tinham dores de barriga, resfriados e todos os que o procuravam com seus males. Era o ano de 1835 numa tarde quente de março. Este jovem e bonito senhor resolveu fazer o seu passeio pelos lados da praia de Cabeçudas. O caminho era estreito, perigoso e difícil, pois tinha que atravessar um morro muito alto cheio de grandes pedras. Mas ele já sabia que valeria o esforço, pois a visão deste mar claro e de ondas fortes e brancas era muito bonita. Lá ele encontraria por certo muitas ervas diferentes. Chegou cansado, suado e sentou-se a sombra de uma aroeira, árvore que tem umas frutinhas vermelhas, típica do litoral. Ficou olhando aquele mar imenso que trazia as baleeiras de outras cidades com as mercadorias para seu comércio. Estas pequenas embarcações eram utilizadas para a pesca de baleias e também para transportar muita coisa de uma cidade para outra. De repente aquela paz foi interrompida pelos latidos de um cachorro malhado que tentou atacá-lo. Correndo atrás dele apareceu uma índia. - Mópi, venha já aqui. Olhou assustada para aquele jovem senhor de 40 anos. Tinha a pele cor de cobre, cabelos compridos e pretos com reflexos dourados do sol. A índia era muito linda nos seus 18 anos e tinha na cabeça flores e penas. Cobria-se com uma simples túnica de algodão que os indígenas chamavam de aimará e uma faixa de penas coloridas apertava sua cintura. Muitos colares de cerâmica e ossos enfeitavam seu colo. Nas costas carregava uma espécie de cesto de carregar coisas que os índios chamavam de Ajaká Nhané Aká-Re-Guá.

- Que nome engraçado, vó. - É mesmo. Este cesto tinha uma alça de trança que passava pela sua cabeça. Nas mãos ela trazia um abano feito de taquara (takuapí) que servia para atiçar o fogo quando os índios faziam as fogueiras para cozinharem o mbojapé que era parecido com pão frito. Seu nome era Guacy-Ará. Ah, o destino! E aconteceu que os dois se apaixonaram. O senhor ilustre e a índia carijó, descendente da tribo dos guaranis. Construíram nas dunas da praia uma cabana coberta de palmas de pindó que era um tipo de palmeira sem espinhos, muito utilizada pelos índios até para fazer arco e flecha. Encontravam-se todos os sábados mesmo com frio ou chuva. Se alguém desconfiava não falava. Somente quem sabia era seu velho amigo e sócio Anacleto José Pereira . Os poucos índios Guaranis que viviam ainda na aldeia, perto da praia, sentiam-se constantemente ameaçados pelos colonizadores. Como eles eram pacíficos e de boa índole eram caçados e levados para terras distantes como escravos. Passaram-se seis meses e aconteceu que esta linda índia ficou esperando um filho dele. Ele ficou muito feliz, mas muito preocupado. Não tinha descendência e queria muito ter um filho. O que fazer? Passava horas pensando numa solução. Afinal ele era um homem muito importante. Seria um escândalo e queria evitar um sofrimento para sua esposa. Era o mês de setembro. Dias calmos, o sol mais forte, a brisa do mar agradável. Pegou seu cavalo e foi encontrar-se com Guacy-Ará. Tinha tomado uma decisão. Contaria a todos e criaria este filho. Chegando lá, esperou pela índia até o entardecer. Ela não apareceu. Desesperado foi até a aldeia dos índios. Tinham colocado fogo em todas as ocas. Não havia mais ninguém lá. A dor derrubou este homem forte e poderoso. Soube mais tarde que os colonizadores tinham levado todos os índios para o mercado de São Vicente como escravos para serem vendidos. Muitas viagens ele fez para ver se encontrava a índia e seu filho. - Ele nunca achou, vó ? Perguntou Júlia sonolenta. - Não. Só se sabe que atualmente na reserva indígena de Paraty-RJ o cacique se chama Agustinho. Será seu descendente? - Vó, como era o nome deste senhor? - Era Agostinho Alves Ramos, o primeiro colonizador de nossa cidade. Alguns historiadores o consideram o fundador de Itajaí. Acho que ninguém sabe desta história. - E como minha avó sabe? - Como eu sei? O Sr. Nelson Heusi, já falecido, de família tradicional de Itajaí, contou para o marido da tia do meu marido que me contou. Sem entender muito, Júlia adormeceu.

Lindinalva Deólla - Conto publicado no livro “De Itajahy a Itajaí 100 anos de prosa” da Academia Itajaiense de Letras (2002)
Poesias
Dia Internacional da Mulher

Mulher em aquarela
No mundo das cores alegres ou tristes,
do branco iluminado do papel,
surgiram riscos pretos de grafite,
num desenho de mulher, a mulher arco-íris.
Existem mulheres de várias cores.
Mulher completa, no vermelho da paixão
que misturando água cristalina,
transforma-se na cor rosa perfumada.
Mulher manhosa, invencível pelas lágrimas,
vestindo o violeta das flores.
Mulher frágil que sonha com o verde da esperança,
que ama, dança, canta.
Mulher poderosa dominando o espaço azul forte, conquistando seu lugar.
Do amarelo animado surge a mulher alegre e feliz.
Mulher carinhosa da cor de grená,
anjo sem asa, plena de amor.
No fracasso, o azul pálido que desfalece.
Nos tons acinzentados, a saudade.
É a vida sem cor, pálida pela morte.
Nesta reflexão de cores,
as vezes nos sentimos sem borracha
para apagar o marrom do desânimo.
Mas aquela que é a Mulher das Mulheres, a Mãe de Jesus,
nos dá o exemplo de coragem e perseverança,
nesta linda aquarela que é a vida
e nos ensina a lutar e com dignidade, buscar novamente todas as nossas cores,
a música da alma
e a sabedoria que liberta.
Ensina a ir avante, jamais parar, jamais desistir.
Ensina a plantar sementes , quebrar correntes
e que, cantar, sonhar, rezar são armas para vencer.

Deólla
Para o Jornal da Matriz-2011



Aqui, ali, ITAJAÍ

Quieta... olho o mar...
pensamentos vagos,
sentimentos fortes,
forte emoção
nesta contemplação que percorre meus sonhos.
Aqui nasci...
Itajaí!
Cidade que se derrama até à beira das praias,
o sino da Matriz,
barcos pesqueiros,
molhados de oceano,
gaivotas, navios,
o pôr do sol na Beira-Rio,
é o meu mundo,
tudo é teu,
tudo é meu,
o céu, a praia, a rua, o mar profundo.
Que importa se chove, vejo o mistério do tempo.
Que importa se faz sol, vejo navios sem ventos.
No céu puro lavado, uma prece
e o meu canto se envolve
na estranha música do mar.
Imaginação do muito imaginar.
Sonhos se perdem,
sonhos se encontram.
Aqui, ali, ITAJAÍ.

Vave(Lindinalva Deólla)
Poesia publicada no livro De Itajahy a Itajaí Cem Anos de Poesia da Academia Itajaiense de Letras(1999)



Momento

Onde eu não estou, as palavras me acham
Onde as palavras não estão, tua voz me encontra
Onde minha voz não está
Teu corpo me descobre
Onde nossos corpos não estão
Nossos espíritos se revelam

Deólla



( poesia para Casa da Cultura de Itajaí por ocasião inauguração da reforma, integrada à pintura, na tela )
A Casa
Casa de todos,
Casa de gente só.
Com passado,
Com presente,
Com sonhos.
Hei de sempre existir
na emoção das conquistas,
no símbolo dos sons,
na beleza das formas ,
na arte ,
nos aplausos.

Outubro 2012
Deólla



Arte

Enquanto é por essência uma busca,
do belo, um sentimento,
da liberdade criadora, uma paixão,
do espírito, a forma sensível.
A arte resultante de uma visão intuitiva
é quase chegar, é repartir, é construir o tempo,
no tempo de chegar.
Imagem fundamental:
basta-me ser.

Lindinalva Deólla (17~11~03)
Textos Críticos

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Em arte, a aquarela só atinge toda sua significância depois de longo período de disciplina, após o qual o artista, a técnica e o tema caldeiam-se num ente único e coeso – ou seja, alcançando-se a fase do estilo. Assim me pareceram os trabalhos de Lindinalva Déolla: as qualidades legítimas da aquarela aí estão presentes, a leveza, a transparência, a espontaneidade do toque “a la prima”, o “construir” pincelando e deixando que a água, os pigmentos e os aglutinantes se acomodem sobre o papel. Enfim, é a maneira antiga e bem realizada, já muito rara dentro da produção contemporânea. Embora enfrentando as temáticas próprias das aquarelas convencionais, é na temática urbana de Itajaí que Lindinalva Déolla revela seu traço mais característico. Quer nos casarões ou nos monumentos de interesse histórico, quer nos ângulos paisagísticos dos quais é rica esta região, encontramos na autora uma cronista sensível e correta. E assim, com a desenvoltura musical de um ágil quarteto (e não com a pesada organização de uma orquestra) que Lindinalva Deólla percebe e manifesta sua Itajaí Natal. (Junho de 2001)

Sérgio Kirdziej - PR
Crítico de Arte e artista Plástico
Membro da ABCA



Lindinalva Deólla é uma excelente artista plástica, que se dedica também à delicada técnica da aquarela e o faz com extrema habilidade, pois esta atividade artística, não admite o processo da seriação. Seu trabalho é o resultado de uma longa pesquisa nos lugares, onde o tempo registrou os valores simbólicos mais fortes da terra, no decorrer da história. Através de uma meticulosa elaboração formal, Deólla harmoniza sensibilidade e técnica, na constante busca do equilíbrio. É aqui onde mostra sua força, pela expressão mais adequada à sua linguagem e que reflete o amplo domínio que a artista tem do universo da aquarela.(março 2006)

Osmar Pisani
Membro do Comitê Científico Internacional da Bienal
de Arte Contemporânea de Florença (faleceu em março 2007)



Observar os desenhos, traçados e pinturas de Deólla é adentrar num mundo mágico e imaginário de criação... As cores utilizadas e diluídas dão uma paz e alegria de espírito. Um verdadeiro estudo de cores e técnicas. Como é bom olhar e viajar nas suas aquarelas .... Algo que transcende !!!

Roberto Pereira (professor e artista plástico)



“Júlia e Gabriel empreendem uma viagem mágica ao centro histórico de Itajaí e, num retorno ao passado, visitam os lugares e edificações mais ligados à história da gente itajaiense. Como livro para-didático, terá muito bom uso nos estabelecimentos de ensino como material de leitura e trabalhos para alunos e professores. Vale também destacar as primorosas ilustrações da artista plástica Lindinalva Deólla, as quais enriquecem, sobremaneira, esta publicação.”

Edison d’Ávila, professor e historiador.



AQUARELAS

Enquanto lia o projeto da artista plástica Lindinalva Deólla e me deleitava com a leitura dos textos, fui tomada inesperadamente pela sensação de estar como criança num parque de diversões. E “nesse tempo”, sem controle nem responsabilidade, as curvas lisas do escorregador projetaram-me num delicioso mergulho nas aguadas coloridas das suas festas. “Tempo rei, ó Tempo rei...”
Somos contemporâneas e neste parque, saboreamos algodões doces, maçãs do amor, amêndoas em cartuchos coloridos, marias moles, bombons de bico. Sopramos línguas de sogra, seguramos balões e tantas outras ricas lembranças, que enfeitarão eternamente o imaginário de quem lá viveu. Nos desenhos, procurei encontrei encontrar a artista – e encontrei. Ela está em cada cena, em cada canto de quintal, nas cirandas e em cada reza. Do seu olhar de menina, nada escapou. E bem de perto registra tudo: a procissão, a banda, os quitutes e os jogos das barraquinhas, a enorme fogueira, os casais de namorados e tudo que é sagrado!
É puro encantamento as cenas construídas pela artista. Ingênuos são seus traços, seu desenho. Também suas cores são singelamente belas. De seu pincel deságuam borrões azuis, verdes, amarelos, vermelhos, violetas. Todos estes recursos aquarelados, que acendem o nosso imaginário, porque o da artista está vivo, como está em suas telas.
Aquarelista, Lindinalva, utiliza-se do pigmento como técnica impecável. Usa a água não somente como recurso de pintar, mas a utiliza como fluído para dar transparência a seu mundo imaginário, que desvela, manchado no papel. (janeiro 2006)

Márcia d’Ávila
Artista Plástica e Arte Educadora